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CEFET-MG

6753 CS – Narrativas de vida dos alunos terceirizados do CEFET-MG, das unidades de Contagem e Divinópolis

Última modificação: Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

6753

Autores: Júlia Leite Bernardino; Lucas Pimenta Braga; Maria Eduarda Esperança Baracho

Orientadora: Alba Valéria Aparecida Durães

Coorientador: Bruno Martins Teixeira

 

Resumo

Este trabalho apresenta o processo de concepção e execução de um curso de português e escrita para trabalhadores terceirizados dos setores de limpeza, manutenção e segurança do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, unidades Contagem e Divinópolis. A proposta do curso teve como objetivos incentivar a produção autoral desses funcionários, criar oportunidades de construção de conhecimento e estimular a prática da escrita. Buscou-se estabelecer condições e meios para incentivá-los a construírem seus próprios estilos e discursos na compreensão de que a capacidade de se comunicar, por meio da escrita e da oralidade, afirma identidades, amplia horizontes ao mesmo tempo em que minimiza distanciamentos políticos e sociais no espaço acadêmico. Instrumentalizar os participantes para desafios futuros na luta por mais representatividade nos espaços institucionalizados constituiu o ponto de partida para as ações pretendidas. O conceito de escrevivência de Evaristo (2000) e a proposição de lugar de fala de Ribeiro (2018) compõem as principais referências. As narrativas dos diários de Carolina Maria de Jesus completam o referencial teórico. A metodologia consistiu em: diagnóstico com participantes para sistematização de saberes, habilidades, interesses de cada um e demandas específicas; elaboração de material textual com ênfase em práticas que valorizem a produção escrita; oficinas para produção textual; dinâmicas para estimular interação entre os participantes e a prática da oralidade; encontros transdisciplinares para reflexão sociológica e filosófica de questões pertinentes ao projeto. Os resultados evidenciaram a necessidade desse tipo de intervenção, no sentido de não somente promover a integração entre pessoas, mas de ampliar o alcance da produção de conhecimento para fora da sala de aula. O conjunto do material produzido evidenciou que estilos, identidades e discursos veiculados em espaços não acadêmicos também são legítimos e podem compartilhar experiências e metodologias. Além disso, o resultado tornou-se visível na materialização de um livro contendo as narrativas dos alunos, ocupa, portanto, espaço literário. Concluiu-se que o curso possibilitou reflexão sobre identidades não reconhecidas no processo de construção do conhecimento pela reprodução de hierarquizações e discriminações que legam posições de privilégios para alguns em detrimento de lugares subalternizados e invisibilizados para outros.

Palavras-chave: Narrativa. Terceirizados. Escrita.

 

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